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Sábado, 04 de maio de 2024 - Email: [email protected]

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REVALIDA – Projeto de Lúcio Mosquini beneficiando formados no exterior divide profissionais da medicina

PORTO VELHO – O jovem médico jiparanaense Christopher Teixeira Rosa hoje é um profissional da medicina em ascensão, mas já tem o respeito dos colegas e é muito querido pelos seus pacientes. Mas no início ele teve de se submeter a uma verdadeira corrida de obstáculos para conseguir se habilitar a trabalhar em sua própria pátria. Formado em medicina em Cuba e com o diploma homologado na Espanha, Christopher teve de cursar mais uma ano de faculdade no Brasil e ser aprovado na difícil prova do Revalida para conseguir exercer sua profissão.

Nascido em Ji-Paraná, formado em Cuba e diploma homologado pela Espanha, o médico Christopher Teixeira Rosa defende a reestruturação do Revalida

O projeto de lei apresentado pelo deputado Lúcio Mosquini (MDB-RO) autorizando o governo federal a conceder um registro provisório a médicos para que possam atuar no Brasil, no enfrentamento do covid 19, levantou uma discussão entre médicos, com dois grupos bem definidos, os que se aferram à exigência do registro profissional – que para formados no exterior só é obtido a partir de aprovação na prova do “Revalida”; e os que são contrários, inclusive dois que se formaram no Brasil.

Deputado Lúcio Mosquini toca em um assunto polêmico e antigo debate entre moradores da área de fronteira, como Rondônia

O projeto de Mosquini é claro na urgência e justifica: “O governo federal está deixando de lado milhares de médicos formados no exterior, que poderiam estar nos socorrendo neste momento, porém ao invés disso, estes profissionais estão boicotados de reforçar os atendimentos nas redes hospitalares em todo País”. Segundo o deputado rondoniense, “ante o estado de calamidade, não é possível admitir que um contingente expressivo de graduados em medicina, sejam impedidos de exercer seu ofício enquanto pessoas adoecem e algumas morrem”.

Alunos formados pels Universidade boliviana del Valle, continuam impedidos de trabalhar no Brasil

O médico Samuel Castiel diz que um dos problemas que levam à necessidade do “Revalida” é pelo desconhecimento do currículo das escolas onde se formaram, “muitas vezes a grade curricular é diferente da nossa. Se um médico, sem registro junto ao CRM comete um erro ele é inimputável frente ao que dizem nossas normas de conduta”. Para Samuel não há falta de médicos. O que temos no Brasil é uma política pública salarial desestimulante. O que não se pode é querer reverter isso e dizer que quem defende o exame esteja defendendo a reserva de mercado”.

Médico ortopedista Luiz Fernando Tikle: “é preciso conhecer melhor o profissional formado no exterior

Quem também fala em não haver reserva de mercado, “mas uma necessidade de conhecer até que ponto o formado no exterior está realmente capacitado a exercer a profissão no país”, é o médico ortopedista Luiz Fernando Tikle.

Ele defende a posição tomada pelo Conselho Federal de Medicina e considera o projeto de Mosquini “um tremendo absurdo”.

Uma médica formada em Cuba disse ao expressaorondonia que há sim reserva de mercado. “Em minha opinião a prova não foi feita para testar conhecimento de ninguém. Eu tenho uma concepção sobre a prova. Ela não veio auferir conhecimento de ninguém; ela veio para reprovar mesmo. O camarada sai da faculdade e encontra um teste do nível que eu fiz. Prova feita para especialista e não para recém graduado”.

Para outra médica, que estudou na Bolívia e hoje trabalha no sul do país, “é tipo essa prova da OAB, pura reserva de mercado com a clara intenção de não abrir espaço para mais profissionais. Eu fiz o ‘Revalida’, passei mas continuo com o mesmo pensamento, de que o formando no exterior pode ser um bom profissional, mas acaba impedido pelas pressões de provas que parecem preparadas apenas para reprovar”.

Um médico, muito conhecido em Porto Velho é defensor do ‘Revalida’, conta que muitos dos que fazem cursos no exterior não sabem nem falar direito, mas o problema em realidade é que não temos uma política pública voltada ao profissional de saúde e isso prejudica o próprio sistema, como ocorre agora. Temos muitos formados, mas que não querem ser interiorizados por causa dos salários e das condições de vida”.

Quem também condena a posição do CFM é o médico Orlando Ramires, mais de 45 anos de profissão. “Todos são pessoas portadoras do diploma de médico, e num momento como estamos vivenciando agora, termos um órgão de classe contrário a que se deixe eles trabalhar eu não concordo.

Devem dar o registro provisório, porque a doença não vai esperar por uma discussão que nem tem razão de ser”. Para Ramires não há qualquer dúvida de que a prova do ‘Revalida’ é feita para reprovar e não para aferir conhecimento.

Outro depoimento é de Lucas William, graduado em Medicina por uma universidade boliviana: ele está esperando a realização do ‘Revalida’, mas desde quando concluiu e voltou ao Brasil ele, como outros, está à espera de que em algum lugar do país venha a acontecer o exame, mas não tem uma definição oficial sobre isso. “Ouvi falar que pode acontecer em outubro, mas até agora não se tem nada de concreto”. Nesses dois anos desde sua graduação, Lucas se dedica aos estudos. Para ele o projeto do deputado Lúcio Mosquini é importante.

Lucas lembra que há uma enorme dificuldade de colocar médicos em todas localidades no país e que o maior entrave mesmo é a “reserva de mercado” estabelecida pela legislação e defendida pelo Conselho Federal de Medicina. “E quando o país se encontra acuado por uma pandemia claro que qualquer profissional a mais é importante, mas isso parece não sensibilizar quem decide”.

Nascido em Ji-Paraná, formado em Cuba, com passagem por universidade argentina e homologação do diploma pela Espanha o médico Christopher Teixeira Rosa, com especialização em geriatria, passou por uma verdadeira ‘pista de obstáculos’ para conseguir se legalizar e trabalhar em seu próprio país. “Tive que fazer mais um ano de faculdade no Brasil. Apoio o ‘Revalida’, mas penso que ele precisa ser reestruturado”, afirma Christopher.

Segundo ele, o formado, às vezes pode ser um excelente profissional, mas fica nervoso na hora da prova, que não é fácil, e acaba reprovado. “O profissional perde, mas o país também pode estar perdendo um excelente profissional. E a população precisa muitos de médicos, sobretudo, nos rincões mais remotos desse nosso imenso Brasil”, completa o médico.

Fonte: expressaorondonia.com.br



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