Nesta quinta-feira (4), Daiana Cavalcanti voltou ao centro cirúrgico para remover tecido morto do corpo no Hospital Federal de Bonsucesso.
Por Eliane Santos, g1 Rio
Daiana Cavalcanti: internada e sem previsão de alta — Foto: Arquivo pessoal
Ainda inspira cuidados o estado de saúde de Daiana Cavalcanti, de 35 anos, a paciente que acusa o médico Bolívar Guerrero Silva e o Hospital Santa Branca, em Duque de Caxias, de cárcere privado.
Nesta quinta-feira (4), ela passou por sua terceira cirurgia para remoção de tecido necrosado dos seios e da barriga – regiões operadas por Bolívar e que infeccionaram na sequência.
“Passei por mais um procedimento hoje e ainda estou com curativo a vácuo para fechar os ferimentos nos dois seios, no meio da barriga e embaixo do umbigo. O processo é demorado, mas o Hospital de Bonsucesso está me dando o maior apoio e tratamento”, disse ela que está internada na unidade federal no Rio de Janeiro.
No dia 29, ele passou por nova audiência de custódia em que o Ministério Público pedia a conversão da prisão em preventiva, quando não tem prazo para expirar.
Como a juíza que presidiu a audiência, Rachel Assad, entendeu que a prisão do médico se encontrava em situação legal, ela manteve a situação dele como temporária e deixou para o juízo natural do caso avaliar a situação quando os 25 dias de Bolívar na prisão estiverem próximos de expirar, o que deve acontecer lá pelo dia 21 de agosto.
A prisão do médico
Bolívar Guerrero Silva foi preso no dia 18 de julho quando estava dentro do centro cirúrgico do Hospital Santa Branca, em Duque de Caxias. Segundo a polícia, ele mantinha uma mulher em cárcere privado depois que ela teve complicações depois de uma cirurgia de abdominoplastia e está em estado grave.

Médico é preso por suspeita de manter paciente em cárcere privado no RJ — Foto: Reprodução/TV Globo
Daiana Cavalcanti vinha tentanto ser transferida de hospital, mas o cirurgião dificultou a transferência, mesmo com duas liminares da Justiça.
Daiana estava internada desde junho no Hospital Santa Branca, e foi transferida no dia 21 de julho para o Hospital Geral de Bonsucesso, na Zona Norte do Rio.
Bolívar responde a pelo menos 19 processos na Justiça por erros médicos e teve sua prisão temporária mantida e renovada pela Justiça após audiência de custódia.
Após a divulgação do caso de Daiana, pelo menos 11 mulheres já compareceram à Delegacia da Mulher de Duque de Caxias para denunciar o médico. Em um dos casos, familiares de um jovem foram ao local denunciar que suspeitam que a familar tenha morrido por erro médico após um procedimento, mas teve a morte atestada como complicações por Covid.