
Da Redação – Com o Enem marcado para os dias 9 e 16 de novembro, candidatos entram na fase mais intensa de preparação. A dois meses das provas, a inteligência artificial (IA) aparece como aliada para otimizar tempo e reforçar conteúdos, mas educadores alertam que o recurso deve ser utilizado com cautela.
Plataformas como ChatGPT, Gemini e Claude já fazem parte do cotidiano de muitos estudantes. Segundo Ademar Celedônio, diretor de Ensino e Inovações Educacionais do grupo SAS, a IA pode atuar como “aceleradora de aprendizado”: resumindo conteúdos, explicando temas em diferentes níveis de complexidade, corrigindo produções e até criando cronogramas personalizados.
“Um bom uso da ferramenta pode economizar tempo e tornar o estudo mais eficiente”, avalia Viktor Lemos, diretor do Curso Anglo. Ele cita como exemplo a possibilidade de pedir listas com os principais tópicos cobrados no exame ou simulados adaptados às necessidades individuais.
Apesar dos benefícios, o uso inadequado pode comprometer a preparação. Para Atila Zanone, coordenador do Fibonacci Sistema de Ensino, a atratividade das plataformas pode desviar a atenção do estudante. Já Lemos lembra que nem todas as respostas são confiáveis e recomenda sempre checar fontes e informações.
IA e a redação
Na etapa de produção textual, professores ressaltam que a prática é indispensável. Como muitos candidatos não têm acesso imediato a um corretor especializado, a IA pode ser utilizada para análise da estrutura e atribuição de notas aproximadas, com base na matriz de referência do Enem.
“Não substitui o olhar humano, mas ajuda o aluno a identificar falhas e aprimorar seu texto”, explica Celedônio. Ele destaca que a diferença entre a nota atribuída por um professor e a gerada pela IA costuma ser pequena e que o valor está nas indicações de melhoria.
O que evitar
Rodrigo Magalhães, professor e diretor do Colégio e Curso AZ, alerta para o risco de usar a IA como atalho. “Recorrer à ferramenta para resolver exercícios ou pular etapas é como treinar matemática com calculadora. No dia da prova, o candidato terá de resolver tudo manualmente”, adverte.
Como alternativa, Magalhães sugere a adoção do método socrático: interagir com a IA por meio de perguntas que estimulem o raciocínio, em vez de respostas prontas. A estratégia, segundo ele, favorece a compreensão e revela pontos que ainda precisam de reforço.