
Da Redação – Reconhecida como Patrimônio da Humanidade e integrante da lista das Novas Sete Maravilhas do Mundo, Machu Picchu, no Peru, enfrenta pressões que podem comprometer sua imagem internacional. A organização New7Wonders emitiu um alerta citando aumento descontrolado do turismo, problemas na venda de ingressos e falhas no transporte como pontos que afetam tanto a conservação quanto a experiência dos visitantes.
Segundo a entidade, uma maravilha do mundo deve cumprir responsabilidades específicas de preservação e gestão — critérios que, no caso do sítio arqueológico, não estariam sendo atendidos de forma satisfatória.
Protestos e impacto no turismo
A crise se agravou nesta terça-feira (16), quando mais de 1,6 mil turistas ficaram retidos na região em razão de manifestações. Moradores bloquearam trechos da via férrea com pedras, suspendendo temporariamente o serviço de trem que dá acesso ao local. O protesto foi motivado pelo fim da concessão da empresa que operava o transporte de ônibus entre Aguas Calientes e a entrada do santuário.
Essa não foi a primeira paralisação. Em janeiro de 2024, uma greve já havia interrompido o acesso, após críticas à concessão da venda de ingressos para uma empresa privada. Desde então, o Ministério da Cultura criou uma plataforma online para a comercialização, mas o sistema ainda gera dificuldades para turistas.
Posição do governo peruano
O Executivo peruano minimizou o alerta da New7Wonders. Em nota, afirmou que Machu Picchu não consta na lista de patrimônios em risco da Unesco, órgão considerado a única autoridade internacional com competência para avaliar o estado de preservação do local.
Após a interrupção recente no transporte ferroviário, a ministra do Comércio Exterior e Turismo, Desilú León, informou que convocará reunião com autoridades locais e sindicatos para buscar uma solução para os protestos.