
Da Redação – O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta terça-feira (16) que Washington e Pequim chegaram a um entendimento para garantir a permanência do TikTok no país. O republicano assinou um decreto que estende até dezembro o prazo para que a controladora chinesa ByteDance conclua a venda das operações a investidores norte-americanos, ganhando mais 90 dias para finalizar as negociações.
Trump indicou que a confirmação oficial deve ocorrer na sexta-feira (19), em conversa com o presidente da China, Xi Jinping. “Temos um acordo sobre o TikTok. Temos um grupo de empresas muito grandes que querem comprá-lo”, disse, sem dar detalhes.
Estrutura da nova empresa
Segundo o Wall Street Journal, a operação americana será transferida para uma companhia criada especialmente para administrar a plataforma, reunindo investidores como Oracle, Silver Lake e Andreessen Horowitz. O consórcio deverá controlar cerca de 80% das ações, deixando os 20% restantes com sócios chineses.
A diretoria será formada majoritariamente por norte-americanos, e um assento será destinado a um representante do governo dos EUA. Ainda de acordo com a publicação, os usuários serão convidados a migrar para um novo aplicativo, já em fase de testes pela TikTok.
Disputa comercial
O embate em torno da rede social reflete a tensão comercial entre os dois países, que envolve tarifas de importação e exportações de tecnologia. Um acerto preliminar havia sido firmado na segunda-feira (15), mas as tratativas chegaram a ser interrompidas depois que Pequim sinalizou resistência diante das barreiras impostas pela gestão Trump.
Lei de 2024
O Congresso dos EUA aprovou, em 2024, uma lei obrigando a ByteDance a vender a operação do TikTok no país. O argumento central era proteger os dados de usuários americanos de um eventual acesso do governo chinês.
A companhia, no entanto, nega qualquer ligação com Pequim e afirma que os dados já são armazenados em servidores da Oracle nos EUA, com processos de moderação feitos internamente.
Apesar da legislação, Trump havia retardado sua aplicação desde o início de seu novo mandato em janeiro, alegando que uma decisão abrupta poderia gerar descontentamento entre usuários e até prejudicar a comunicação política. O ex-presidente acumula 15 milhões de seguidores na rede e atribui parte de sua vitória eleitoral ao alcance da plataforma. Recentemente, a própria Casa Branca inaugurou uma conta oficial no TikTok.