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Artesã porto-velhense supera sequelas da hanseníase e preconceito através do trabalho

Vera Lúcia foi diagnosticada há 12 anos e encontrou nas biojóias uma forma de superar problemas causados pela doença

 Segunda-Feira, 30 de Janeiro de 2023 – 10:14

 

Há 12 anos, Vera Lúcia, 62 anos, convive com sequelas e preconceitos causados pela hanseníase, doença crônica que afeta principalmente a capacidade motora das mãos e dos pés. Mesmo assim, Vera descobriu no trabalho manual de artesanato, uma forma de superar as sequelas da doença e retomar sua vida normal.

Vera recebeu o diagnóstico da doença em 2011, na Policlínica Dr Rafael Vaz e Silva, onde fez o tratamento durante um ano e ficou curada. No início, ela sentia dores e cãibras nos membros inferiores e superiores, além de ter manchas pelo corpo. Ela conta que morava na Bahia, e que lá já estava em atendimento médico para tentar descobrir seu diagnóstico, mas só conseguiu após se mudar para Porto Velho.

Por causa da demora na descoberta da hanseníase e início do tratamento, a artesã desenvolveu sequelas que comprometem suas habilidades com as pernas e braços.

“Eu comecei a fazer o tratamento e através dele descobri as oficinas de artesanato para pacientes de hanseníase de um projeto do Estado. Era quase uma terapia durante o tratamento, já que é um processo sofrido, mas tem cura. Por causa das sequelas eu não tenho muita habilidade com as mãos e ainda perdi um pouco da sensibilidade dos pés, mas graças a Deus eu consigo fazer meu trabalho”, conta.

O projeto em questão é o Art’s BioHans, realizado pela ONG Holandesa NHR Brasil e a Agência Estadual de Vigilância em Saúde (Agevisa), para pacientes de hanseníase. Através dele, Vera aprendeu a desenvolver as biojóias e hoje trabalha com a produção e venda das peças de forma on-line, além de participar das feiras e eventos do Departamento de Políticas Públicas Para as Mulheres (DPPM), vinculado à Secretaria Municipal de Assistência Social e da Família (Semasf).

Segundo ela, as feiras municipais são os principais meios de venda dos seus produtos, já que servem como vitrine de suas biojóias, e por isso ela já garantiu clientes que levaram suas peças até para países da Europa.

Infelizmente, Vera conta que apesar de receber reconhecimento pelo seu trabalho, muitas vezes ela acaba perdendo clientes por causa do preconceito.

“Quando você fala que é paciente de hanseníase, o povo não quer mais comprar suas peças com medo de pegar a doença. É muito triste porque isso é falta de conhecimento. Também já tive clientes que compravam por pena de mim, mas quero que reconheçam o meu trabalho pela qualidade das peças. Amo meu trabalho, é ele que me ajuda a superar todos os problemas que tenho por causa da doença, mesmo que não venda tanto”, falou.

A hanseníase é uma infecção contagiosa de evolução crônica, que se manifesta por lesões na pele e sintomas neurológicos como dormências e diminuição de força nas mãos e nos pés. Ela é transmitida por meio do contato prolongado com pessoas já infectadas, e que não estejam em tratamento. Seu diagnóstico, tratamento e cura dependem de exames clínicos e, principalmente, da capacitação do médico. Quando descoberta tardiamente, a patologia pode deixar sequelas como deformidades e incapacidades físicas.

A suspeição da hanseníase é feita pelos profissionais das Unidades Básicas de Saúde (UBS), na atenção primária. Já o tratamento é disponibilizado pelo SUS de forma gratuita, para crianças e adultos. O acompanhamento e tratamento é feito também nas UBS com três medicamentos, considerados eficazes e seguros.

Os principais indicativos da doença são manchas claras, róseas ou avermelhadas no corpo, com diminuição ou ausência de sensibilidade ao calor, frio ou ao tato. Podem surgir caroços na pele, dormências, diminuição de força e inchaços nas mãos e nos pés, formigamentos ou sensação de choque nos braços e nas pernas, entupimento nasal e problemas nos olhos.

A Prefeitura de Porto Velho aderiu à campanha Janeiro Roxo, mês dedicado à conscientização e à prevenção e tratamento precoce da hanseníase, além do combate ao preconceito. O Município realizou várias atividades ao longo do mês em alusão a data. Entre elas, foram feitas palestras de sensibilização nas Unidades de Saúde Socialista, Ronaldo Aragão, São Sebastião, Mariana e Maternidade Mãe Esperança, e UPA Zona Sul.

Também houve a realização de um curso teórico-prático para profissionais de saúde da “Prevenção de Incapacidades e Reabilitação em Hanseníase”, bem como dois pit-stops de conscientização na avenida Sete de Setembro com Campos Sales e na avenida Amador dos Reis, em frente a USF Hamilton Gondim.

Autora: Beatriz Galvão
fotos: Leandro Morais

Fonte – ƒ Superintendência Municipal de Comunicação (SMC)


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