Há 41 anos, era instalado oficialmente o estado de Rondônia, com a posse do primeiro governador, o coronel Jorge Teixeira de Oliveira. Em entrevista ao RONDONIAGORA, o professor e historiador, Célio Leandro, destacou os avanços até os dias atuais e desafios ao longo desses anos, desde os primeiros dias de instalação.

Primeiramente, precisamos deixar claro, que no dia 22 de dezembro, de 1981, foi criado o estado de Rondônia, quando foi assinada a lei Nº 41. Já no dia 4 de janeiro, de 1982, acontece a posse do governador e do secretariado daquela época. “Com isso, o estado de fato recebe sua autonomia”, disse o professor e historiador.

A instalação do estado de Rondônia, segundo Célio Leandro, foi recebida com grande euforia pela população, que já vinha cobrando esse processo de mudança. “Tínhamos grandes lideranças que faziam pressão em Brasília. Na década de 80, Rondônia já havia se desenvolvido bastante, já tinha três municípios. Havia um anseio muito grande para que ocorresse a elevação à categoria de estado. Isso representou muita coisa, era a nossa autonomia”, disse.

Segundo o professor, na época, na medida em que elevava a categoria de estado, era possível escolher, como por exemplo, o governador. “Naquela época, tudo dependia do governo central, do executivo, o governador era indicado pelo presidente. Com a elevação a categoria de estado, nós passamos a poder escolher”, ressaltou Célio Leandro.

Rondônia é um estado muito novo, mas tem sim muito ao que comemorar, segundo o professor e historiador. “Nós temos uma economia que se destaca na Região Norte, de forma espetacular. Somos o número 1 em exportação de soja. Temos uma educação que se destaca na região norte, altos índices de desenvolvimento. Eu falo sempre temos que comemorar porque hoje temos uma população que já é rondoniense, não tem mais imigrante, porque todos que estão aqui e que são de outros estado, já se sentem daqui, de Rondônia”, destacou.

Um fato marcante naquela época, enfatizado por Célio Leandro, foi a presença do governador Jorge Teixeira. “Eu sempre enfatizo o papel dele nesse processo de transição. Ele chegou em 1979 para criar um estado. Ele quem organizou toda a estrutura para a criação em 1981 e instalação em 1982, que foi um fato marcante e Brasil comemorou. Com a criação a gente teve um aparato melhor. As mídias da época noticiaram de forma eufórica”, disse.

Sobre as dificuldades enfrentadas nos anos anteriores, o professor e historiador, falou sobre o tempo de demora na viagem de Cuiabá para Porto Velho, que leva em torno de 15 dias. “Somos destemidos pioneiros. Imagine um estado, uma região, onde demorava 15 dias para chegar, onde a energia desligava 20 horas, as correspondências passavam meses para chegar, mas o povo veio e construiu o estado que vivemos hoje. Tudo era muito difícil, mas hoje temos que tirar o chapéu para aqueles que enfrentaram esse processo, abrindo estradas”, diz.

Após a instalação, muitos anos se passaram, o estado cresceu e desenvolveu muito. “Tudo graças à força desse povo aguerrido, mesmo diante das dificuldades, mas que com a criação e instalação do estado, passamos a ter autonomia. Isso vai proporcionar a vinda de empresas e agricultores. A década de 80 foi à década da transformação do estado. Podemos destacar ainda, a construção da hidrelétrica do Samuel. Não deixando de destacar também a força desse povo que aqui veio e construiu um estado”, finalizou o professor e historiador, Célio Leandro.