PORTO VELHO – O Prefeito Hildon Chaves realizou na manhã deste sábado, 23, uma coletiva para relatar o colapso na saúde municipal devido a pandemia do coronavírus (Covid-19). As informações são de que não há mais leitos para esses pacientes na Capital. A coletiva, contou com a presença das secretárias titular e adjunta da secretaria municipal de Saúde (Semusa), Eliana Pasini e Marilene Penati, além do vice-prefeito Maurício Carvalho.
Porto Velho é uma das poucas capitais do país que não tem seu próprio hospital nem um pronto socorro municipal. Tudo que recai nas mal cuidadas UPAs ou no sempre superlotado João Paulo 2º, um hospital pronto socorro que atende gente de todo o estado.
Um detalhe que não tem passado desapercebido dos leitores mais atentos é que na primeira onda da pandemia de corona vírus, o prefeito Hildon Chaves, não deu muita atenção para a Saúde, como fizeram alguns prefeitos de cidades do interior que se colocaram na linha de frente do problema. Em determinado momento, criticado por ter feito uma viagem internacional em meio à pandemia, Hildon bradou que não era médico e que a presença dele em Porto Velho não era necessária para o combate ao covid-19.
De repente, de uns dias para cá, talvez, inspirado em seu alter ego João Dória, o governador almofadinha de São Paulo, Hildon passou e se fazer presente e espalhar fotos ao lado da chegadas de um pequeno lote de vacinais e a se expor mais, falando do o problema para o qual antes ele se achava desnecessário.
Será que já está em campanha para 2022? Será?
Na primeira onda de pandemia, quando o pico foi registrado nos meses de maio e junho, o município conseguiu lidar com a situação e não chegou ao colapso, mas nesta segunda onda, com aumento dos casos registrados desde o início de dezembro passado, a rede municipal de saúde não tem mais leitos. “Tínhamos 18 leitos com aproximadamente 5 respiradores no início da pandemia, agora chegamos a 70 leitos e 23 respiradores. Conseguimos essa ampliação para atender ainda mais a população e mesmo assim não está sendo suficiente”, relata o prefeito Hildon Chaves.
Ainda segundo o chefe do executivo, o período festivo do fim de ano contribuiu para este cenário. “Após as festas de fim de ano, os casos começaram a aumentar consideravelmente, onde chegamos ao ponto de não termos mais leitos para as pessoas doentes com a Covid-19”.
Mas não citou a campanha eleitoral, que também proporcionou aglomerações de pessoas e muitas sem usar máscara.
Nesta sexta-feira, 22, Porto Velho registou 168 novos casos, totalizando 46.892 contaminados desde o início da pandemia, sendo 3.224 deles de contabilizados entre os dias 01 e 22 de janeiro. Quanto os óbitos o cenário é ainda pior, 82 mortes registas desde o início do ano, quase quatro óbitos por dia na Capital.
Para atender com celeridade a população que apresenta os casos leves da doença, foi montada uma força tarefa nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) para receber esses pacientes no período da tarde. Durante a manhã o atendimento geral continua sendo realizado. Segundo a secretária de Saúde, Eliana Pasini, é o município o responsável pelo primeiro atendimento de todos os casos da doença. “É o município a parta de entrada desse paciente na rede de saúde. Os pacientes ligam no Call Center e são encaminhados para alguma das unidades da rede municipal e somente em casos de internação clínica ou de UTI é que são encaminhados para a estrutura do Estado”.
Call Center
Inaugurado no final de março, o Call Centro foi criado para agilizar o atendimento do paciente e evitar aglomerações nas unidades. No início atendia cerca de 200 pessoas por dia, agora recebe mais de mil ligações diárias, também estão sobrecarregados. Desde o início de suas atividades, o Call Center já atendeu 195.163 mil pessoas, sendo 21.114 somente nesses 22 dias de janeiro.
De acordo com o Prefeito Hildon Chaves, as pessoas não estão respeitando as medidas de isolamento. “Só ontem, (22), tivemos 60 casos de sutura na Unidade de Pronto Atendimento (UPA)da Zona Leste, casos de pessoas que deviam estar em casa e que se envolveram em acidentes ao sair. Precisamos que a população se conscientize e fique em casa se protegendo e protegendo a sua família. A pandemia ainda não acabou, estamos em colapso na saúde de Porto Velho”.
Vacinas
Porto Velho recebeu cerca de 18 mil doses da vacina Coronavac. As imunizações já começaram e a prioridade são os profissionais que estão na linha de frente, como os médicos, enfermeiros e pessoas da área da limpeza que lidam diretamente com pessoas contaminadas com o coronavírus.
A Secretária Adjunta da Semusa, Marilene Penati, informou que a secretaria encaminhou, antes mesmo da chegada da vacina, documento solicitando de todas as unidades hospitalares públicas (municipais, estaduais e federais) e privadas o envio de uma relação nominal dos profissionais de saúde que atendem ao critério citado, inclusive com número do CPF, Cartão do SUS e função executada na unidade em que trabalha. O objetivo da Semusa é dar transparência no processo de vacinação, evitando que pessoas fora do público-alvo seja imunizado. Essas relações nominais de cada unidade está sendo enviada para o Ministério Público que acompanha de perto o processo de vacinação.
“Desde o último dia 19, quando as vacinas chegaram em Porto Velho, cerca de 1.300 profissionais da linha de frente já foram vacinados em 10 unidades do município e estado. A vacinação está ocorrendo dentro das estruturas de saúde para facilitar e acelerar o processo de imunização, além de evitar aglomeração”.
Nos próximos dias serão imunizados os profissionais de saúde que atuam na linha de frente do Hospital do Amor, Policlínica José Adelino, Hospital de Campanha Cero, na Zona Leste, Hospital Cemetron entre outros. O Prefeito Hildon Chaves enfatizou: “Não me vacinei e vou esperar a minha vez na fila, como todos os cidadãos”.
Para finalizar a coletiva, o prefeito fez uma apelo à população de Porto Velho. “Os jovens precisam entender que não é momento de ir para festas ou qualquer outro lugar, é o momento de ficar em casa, ajudando a cuidar da família. A responsabilidade para a redução deste cenário é de cada um de nós”.
Com informações da Superintendência Municipal de Comunicação – SMC