PORTO VELHO (RO) – Uma negociação de deputados federais, por pressão de prefeitos em busca de reeleição, envolvendo uma recomposição de 5 bilhões de reais a prefeituras sob alegadas perdas de percentuais do Fundo de Participação dos Municípios, FPM, pode ter sido uma forte causa no surgimento da segunda onda do corona vírus, apesar do TSE ter adiado por mais 39 dias além do prazo, a realização do primeiro turno das eleições.
No Congresso, o movimento pelo não adiamento foi liderado pelo Centrão, grupo partidário dos “nanicos”, também chamado de “baixo clero”, que há anos é quem manda nas duas casas legislativas – mais força ainda na Câmara Federal, ainda que o interesse público seja deixado de lado.
A partir de março, quando o corona ‘viralizou’ – literalmente – em todo o país, segmentos os mais diversos começaram a sugerir três pontos em relação à eleição deste ano: 1) adiamento com realização em dezembro; 2) adiamento para o ano que vem, esse item acabou gerando uma discussão sobre se seriam os juízes quem iriam assumir as prefeituras no período de 31 de dezembro, quando acabam os mandatos atuais e a posse dos eleitos em 2021.
Mas isso empacou quando a emenda constitucional necessária ficou travada no Congresso; 3) Ampliação dos mandatos de vereadores e prefeitos até 2022 quando seria unificada em termos de eleições gerais, reduziria o custo enorme de uma eleição bianual, somado aos riscos de realizar uma campanha política e eleição, o que acabou não valendo qualquer sugestão.
Apesar de segmentos os mais diversos terem optado pelas eleições gerais em 2022, o que geraria a unificação e redução enorme de custos e de não paralização do Congresso e da economia a cada dois anos, ficou “tudo como antes na casa de Abrantes” e o TSE realizou a primeira fase do pleito, sendo que dia 29 será a segunda.
Mas a culpa pela parcela representativa da cota do corona vírus ter aumentado ultimamente, também pode ser debitada aos candidatos e aos dirigentes partidários, porque, apesar de todas recomendações de distanciamento social, higiene constante, uso de máscaras, etc, o que se observou na campanha, como na de agora, foram reuniões abertas, cumprimentos, abraços etc, e haja contato. O virus “fez a festa”
Ao par disso, outro componente se somou ao quadro: a indecisão e a falta de pulso de gestores públicos em obrigar a população a tomar fortes cuidados, mas sem a fiscalização inerente isso acabou beneficiando realização de eventos, com bares cheios, feiras com barracas sem respeitar normas de distanciamento.
E quando a fiscalização era acionada, como contaram dois funcionários do setor, quem estava errado acionava um vereador e esse conseguia que a ordem não fosse cumprida, afora quando o fato envolvia bailes e partidas de futebol, como aconteceu no campo do Moto, mas alguém deu um “chá de estrela” – este anunciou o estabelecimento de “tolerância zero”.
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