Porto Velho – Discreta, difícil de estar presente em alguma atividade oficial, raramente vista circulando pelos corredores do Palácio Presidente Vargas, a senhora Ainda Fibiger Teixeira, aos 93 anos, faleceu nesta quinta-feira, 28, num hospital da cidade do Rio de Janeiro onde se encontrava internada há alguns dias, conforme informação de seu filho Ruy Teixeira. Com isso o Estado perde aquela que foi a primeira dama da história do Estado.
Além de Ruy, o casal tinha outro, o Roberto, que o próprio governador chamava de “Japonês”, e do qual até mesmo pessoas que trabalharam direto com o governador disseram ao expreessaorondonia.com.br o identificavam apenas como era tratado só pelo apelido, mas por quem Teixeirão e dona ainda tinham um carinho especial.
“Ela era discreta. Dificilmente aparecia no Palácio; o que nós sabíamos era que fazia um trabalho social com as Irmãs Marcelinas. Sempre que esteve no gabinete nos tratou muito bem”, disse Fátima Teixeira que trabalhou muitos anos na antessala do governador. Outro9 que trabalhou na assessoria do governador e lembra essa postura da ex-primeira dama é o decano da imprensa rondoniense, jornalista Ciro Pinheiro. “Ela procurava ajudar sem aparecer, e não gostava de ser chamada “primeira dama”, preferindo o uso formal do “senhor” e “senhora”.
Assis Canuto, ex-prefeito de Ji-Paraná, ex-deputado federal e ex-vice-governador: teria muito a dizer mas vou resumir: esta senhora, além de companheira do Teixeirão era de uma dignidade acima da média. Estive na residência deles várias vezes. Almocei e jantei com eles outras tantas vezes; hospedei-os em minha casa em Ji Parana em algumas ocasiões; ela ia pouco ao interior, mas em Ji-Paraná ela ficava lá em casa, enquanto o Teixeira visitava outras localidades. Nunca se prevaleceu da posição de “primeira dama”. Sempre discreta, atenciosa, humilde e muito educada; pelo seu comportamento calmo e afetivo irradiava muita simpatia! Nunca testemunhei ela dando palpite sobre assuntos políticos e administrativos; sempre na sua. Eu a admirava por estas raras qualidades! Uma perda lamentável! Que Deus a receba em seus braços e traga conforto espiritual a digníssima família e aos amigos!
O ex-governador Osvaldo Piana lembra com carinho e respeito da senhora Ainda. “Ela era uma mulher que sempre esteve presente na caminhada do governador, tanto na vida militar quanto nas funções civis que executou, mas fazia questão que os holofotes se direcionassem a ela. Quando assumi o governo (1991/94) eu e a Hélia a recebemos em casa; foi uma tarde muito boa e ficamos amigos. Tenho certeza de que, apesar de toda a sua discrição ela prestou grandes serviços ao Estado, e que deusa recompensará”.
Para a presidente da Sociedade Pestalozzi em Porto Velho, senhora Margarida Rocha, o casal foi o “anjo bom” da Pestalozzi. “Ela não se comportava como alguém no ´nível que seu marido ocupava. Pelo contrário, era humilde, ajudava, tinha sensibilidade, nos ajudou muito para termos o prédio que é nossa sede. Chegava lá e se misturava com as outras mães que atuavam como voluntárias, era conselheiro e sei que um hospital que foi muito beneficiado pelo seu trabalho foi o das irmãs Marcelinas”,disse dona Margarida.
João Wilson, que trabalhou na assessoria do governador Teixeira lembra de dona Aida como uma mulher a quem o Teixeira muito respeitava. Lembra que uma vez ela cobrou ao governador sua presença mais em casa e a partir de então ele passou a deixar os dias de final de semana para estar em família.