PORTO VELHO – De dentro do presídio e por vídeo conferência, um dos chefões da facção criminosa ‘Primeiro Comando da Capital (PCP) – Família do Gueto – comandou uma sessão de tortura, julgamento e autorizou a execução de pelo menos dois de seus membros que estariam contrariando a cartilha do grupo criminosos. As execuções foram motivados pela guerra entre facções criminosas que disputam palmo a palmo pontos de distribuição e comercialização de drogas na periferia de Porto Velho.
As informações são da delegada de Homicídios da Capital, Leisaloma Carvalho Resem, que comandou, na manhã desta segunda-feira, 4, uma grande operação para prender os participantes de dois destes julgamentos e consequente execução dos ‘condenados’.
A Polícia de Rondônia em trabalho da Delegacia Especializada em Repressão aos Crimes Contra a Vida – Derccv deflagrou na manhã desta segunda-feira, 4, a operação ‘Egos-pótamos’. A ação é uma resposta a crimes de homicídios cometidos por membros da facção criminosa PCP- Família do Gueto.
A operação é um desdobramento das investigações dos homicídios das vítimas Emerson Oliveira da Rocha, assassinado no dia 23 de março último, e Giovana da Silva Magalhães, morta em 12 do mês passado, ambos adolescentes. Ao todo foram cumpridos 50 mandados, sendo 22 mandados de prisão e 28 mandados de busca e apreensão em Porto Velho.
Nas investigações, os policiais civis apuraram que os assassinatos foram orquestrados e executados por integrantes da facção criminosa ‘Primeiro Comando da Capital (PCP) – Família do Gueto – e teriam sidos motivados pela guerra entre facções. A Delegacia de Homicídios identificou vários integrantes do PCP que tiveram participação no julgamento das vítimas pelo chamado ‘Tribunal do Crime’ e na execução das vítimas.
O julgamento da vítima Giovana teria ocorrido via chamada de vídeo, com participação da liderança da facção que está dentro do presídio. Durante a Operação foram presos chefes da facção PCP – Família do Guete e matadores do “Tribunal do Crime”.
De acordo com a delegada responsável pela investigação, Leisaloma Carvalho Resem, durante esse julgamento paralelo a vítima Giovana teria sido amarrada e submetida a incessantes questionamentos e agressões físicas praticadas por várias mulheres integrantes da facção criminosa, sendo executada e o corpo desovado próximo a Estada dos Japoneses, zona sul de Porto Velho.
Ainda segunda a delegada, durante as investigações foi constatado que boa parte dos envolvidos na morte da vítima Giovana, também estão envolvidos na morte de Emerson, além de serem suspeitos de envolvimento em outros crimes de homicídios investigados pela Delegacia de Homicídios.
A escolha do nome da Operação como “Egospóstamo” foi em analogia a histórica batalha ocorrida no ano de 405 a.C. entre espartanos e atenienses pela hegemonia do mundo grego, que causou um enorme desgaste humano, econômico e político a boa parte da Grécia. Da mesma forma, a rivalidade entre facções em Porto Velho pela disputa do comércio de drogas resultou no aumentando do número de homicídios em abril deste ano, 51 em todo o estado.
Um acréscimo considerado em relação ao mesmo período de 2019 que foi de 42 homicídios. Segundo a delegada Leisa Loma, esses crimes foram em grande parte cometidos por membros das facções criminosas presos hoje. “Esta operação é uma resposta enérgica à altura que a Polícia Civil dá a sociedade rondoniense, mostrando que, mesmo em época de pandemia e isolamento social, o Estado é soberano.
Fonte: Ascom/PCRO