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Deputado eleito quer ocupar espaços na Assembleia Legislativa de Rondônia e garante luta pela Mesa Diretora em 2019

Deputado eleito quer ocupar espaços na Assembleia Legislativa de Rondônia e garante luta pela Mesa Diretora em 2019

POR VINICIUS CANOVA

Porto Velho, RO – Para a grande maioria da população do Estado de Rondônia o nome Elcirone Moreira Deiró pode soar estranho. Mas tanto em Cacoal quanto Vilhena a vida empresarial fundiu-se à sua alcanha política e fez nascer, a partir daí, Cirone da Tozzo (Podemos), conhecido até agora no mundo eletivo por ser vice-prefeito de Cacoal.

Isso mudou desde o dia 07 de outubro, quando o empresário elegeu-se deputado estadual com quase dez mil votos.

Cirone da Tozzo tem 47 anos, nasceu em Chapada dos Guimarães, no Mato Grosso, mas mora em Rondônia desde 1976.

Morou primeiro no Município de Vilhena, onde sua família fixou residência. E em 1995, após receber proposta de sociedade do homem que até então era seu patrão, foi para Cacoal onde abriu empresas e deu seus primeios passos na política passando a conhecer, como ele próprio define, “as entranhas do serviço público”.

Em entrevista exclusiva ao Rondônia Dinâmica, o parlamentar eleito contou sua história; falou sobre Bolsonaro; revelou suas intenções no parlamento a partir do ano que vem e pontuou, ainda, quais os Planos do Podemos para integrar a próxima Mesa Diretora.

Abordou também a questão da recontagem de votos que tirou o colega de partido Jean Mendonça do Legislativo; descreveu qual será seu perfil como deputado e explicou o que é o tal do “Tozzo” em seu apelido de urna.


“Meu perfil é ocupar o espaço”, diz Cirone da Tozzo / Reprodução

Confira

Rondônia Dinâmica – O senhor esperava chegar à quase dez mil votos?

Cirone da Tozzo – Desde o começo da campanha esperávamos algo em torno de nove mil votos, mesmo na coligação em que estávamos com bons candidatos. Sabíamos desde o início que se fizéssemos poucos votos não entraríamos. Então fizemos quase mil votos acima da expectativa. Alguns lugares, sim, nos surpreenderam com a votação. Logo, tudo ocorreu dentro do planejamento e de nossos objetivos.

RD – E já estava no Podemos ou mudou antes da eleição?

CdaT – Não, eu era do PP. Fui eleito como vice-prefeito de Cacoal pelo PP em 2016 e devido aos bons nomes na sigla entendemos que ali precisaríamos de uma votação até maior do que a que fizemos. Então formou-se um novo grupo para disputar as eleições, portanto fomos todos para o Podemos.  Mas com a votação que fiz também entraria se tivesse concorrido pelo PP. Agora, o grupo tinha em mente um ideal coletivo provável com o objetivo de eleger deputados estaduais e um federal, como foi o caso do deputado Leo Moraes, disparado o mais votado.

RD – O Podemos bateu na trave, não é? Quase formou a maior bancada na Assembleia para atuar a partir do ano que vem, mas acabou perdendo a vaga de Jean Mendonça abrindo espaço para o retorno de Geraldo da Rondônia (PSC). Isso prejudica os planos do partido pra 2019?

CdaT – É… Quanto mais membros, maior a força do partido. Houve essa recontagem dos votos  e o fato acabou favorecendo o deputado Geraldo da Rondônia. Mas nós vamos procurar parcerias dentro da Assembleia com os outros pares, faremos um mandato que realmente traga benefícios ao povo de Rondônia. A gente sente pelo colega, né? Infelizmente ele não obteve êxito na recontagem, porém vamos nos fortalecer independemente de partido. O objetivo é fazer um bom mandato.

RD – Qual será o seu perfil como deputado?

CdaT – Meu perfil não é o de oposição, é o de trabalhar para o povo de Rondônia. Meu perfil é ocupar o espaço na minha região, é ocupar espaço onde consigamos trazer maiores benefícios para a população em geral. Eu sou empresário, então vou trabalhar fortemente na nossa região de Cacoal, na Zona da Mata, no Cone Sul, no agronegócio, na agricultura familiar. Vamos levar os órgãos governamentais a essas regiões para que façam política públicas e as apliquem na prática, principalmente nos municípios. E vamos fiscalizar todas essas ações.

RD – Há outras bandeiras em mente?

CdaT – O esporte, que é uma bandeira levantada por nós há muitos anos. Eu sou patrocinador, incentivador e motivador do esporte na minha cidade, na minha região, e quero estender isso a todo o Estado de Rondônia. Porque nós entendemos que o esporte também é qualidade de vida, é entretenimento, socialização. E o triste é perceber que quando falta dinheiro para alguma coisa o governo vai lá e saca do esporte, saca da cultura ou da assistência social. E nós não aceitaremos isso. Vamos combater essa prática veementemente.

RD – E o empreendedorismo, já que o senhor vem do setor?

CdaT – Nós vamos incentivar a produção no Estado de Rondônia, agregar valor ao que produzimos. Nossa briga também é pelo empreendedorismo, pela geração de empregos.

RD – O Podemos, até pela votação que teve, pelo menos teoricamente estaria credenciado a brigar pela Mesa Diretora. O partido tem esse plajenamento?

CdaT – Sim, nós já conversamos dentro do partido. Quremos participar, ocupar o nosso espaço. A princípio, como você disse, teríamos três parlamentares, mas agora está nas mãos da Justiça definir se teremos só dois ou não. Estamos aguardando o Judiciário. Mas sim, o Podemos vai ocupar espaço e eu vim especialmente para ser um deputado trabalhador, atuante e participativo. Não é só para ter o rótulo de deputado, mas sim para participar das decisões do Legislativo, do governo, enfim, integrar para ajudar o Estado a se desenvolver.

RD – E dentro dessa perspectiva de ocupar espaço na Mesa Diretora, existe a possibilidade de o Podemos lutar especificamente pela Presidência da Casa?

CdaT – Não, não… O partido, de antemão, não tem candidato se lançando à Presidência da Assembleia.  O Podemos quer participar da Mesa Diretora, quer compor, ouvir os grupos que estão se formando, enfim, vai ouvir todos eles. Estamos abertos a conversações e, havendo entendimento com o grupo que entendermos ser o melhor para a Casa e ao desenvolvimento, vamos apoiar.

RD – Antes de ser vice-prefeito em Cacoal, chegou a ocupar outro cargo eletivo?

CdaT – Não. Eu quando rapaz ainda em Vilhena acabei, com 18 ou 19 anos, participando de uma eleição para vereador, incentivado pelo meu pai. Mas aí terminei indo para a vida empresarial, mudando para Cacoal em 1995. Só que sempre participei da vida social da cidade e da região através do Lions Clubs International, Rotary. Sempre fui mensalista do Centro de Reabilitação Neurológica Infantil de Cacoal (Cernic), que para nós é como a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE). Também contribuímos com a contrução do Hospital do Câncer em Cacoal, fui presidente da Associação Comercial e Industrial de Cacoal (ACIC), enfim. Isso nos credenciou a participar das eleições 2018 porque as pessoas passaram a nos pedir na política eletiva.

RD – O senhor chegou a hesitar antes de se candidatar?

CdaT – Tive um receio no princípio por não conhecer as entranhas do serviço público. Eu conhecia o serviço público de prestar serviços à prefeitura, tirar alvarás e pagar impostos, mas não conhecia o sistema por dentro. Mas tive êxito em 2016 quando convidado pela então deputada Glaucione Rodrigues [atual prefeita de Cacoal] para ser vice na chapa dela. Desde lá tivemos sucessos porque estamos lado a lado administrando a cidade. Passamos a conhecer a política e sentimos a necessidade de representar a nossa região na Assembleia, pois os braços fortes dos recursos são o Estado e a União. Os municípios por si não conseguem investir. Por isso, fui candidato este ano.

RD – O Podemos tem preferência entre os candidatos Expedito Júnior (PSDB) e Marcos Rocha (PSL), as possibilidades do rondoniense ao Governo de Rondônia?

CdaT – Não, no segundo turno o partido ficará neutro. Cada filiado tem a liberdade de escolher por onde seguir.

RD – E à Presidência da República, o senhor tem alguma preferência entre Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT)?

CdaT – Eu fui eleitor do nosso candidato à Presidência Álvaro Dias  (Podemos) no primeiro turno. Mas no segundo turno vou votar no Bolsonaro. Vou votar nele porque entendo que é a mudança que o momento exige. Agora, como será o mandato teremos de avaliar ainda. É a vontade popular. A população está entendendo que é a mudança e nós também vamos acompanhar esse anseio.

RD – É uma aposta na quebra do status quo da política, mas, pelo que percebo, não há confiança irrestrita quando o senhor declara voto a ele. Quer pagar pra ver, não é isso?

CdaT – É… Na verdade o candidato Bolsonaro vem do parlamento, nunca teve uma experiência administrativa. E gestão é bem diferente de legislar. Então ele deve entrar agora, ter o seu primeiro mandato como gestor e nisso eu – como toda a população – espero muita coerência, transparência e honestidade. Mas espero que acima de tudo ele tenha sabedoria para conduzir a República, mantendo a harmonia entre os Poderes.

RD – O que significa o “Tozzo” no seu nome político?

CdaT – É Cirone da Tozzo porque, como te disse, comecei a trabalhar na Tozzo, em Vilhena, aos 16 anos de idade. É uma empresa chamada Técnica Diesel Tozzo, e o Tozzo é o sobrenome do dono. Até os 24 anos trabalhei com ele lá até me formar em Administração de Empresas. Depois,  quis montar meu próprio negócio.  Só que quando eu quis sair o dono disse: “Não, vamos escolher uma cidade em Rondônia e montar uma sociedade”. Foi quando eu fui para Cacoal e comecei a empresa na cidade em 1995. Entre a Tozzo e a Multicar, nós temos mais de sessenta colaborados, daí o nome.

RD – Voltando à quebra do status quo percebida nestas eleições, o senhor enxerga essa mudança abrupta como algo consciente?

CdaT – A mudança vem do anseio popular. Não digo que todas as escolhas sejam conscientes, porque as pessoas às vezes querem mudar por mudar. Mas a mudança oxigena a política e acaba trazendo pessoas que querem mesmo fazer a diferença. E às vezes essas pessoas não têm a experiência de quem tem dois, três ou quatro mandatos, mas têm a vontade de buscar, de crescer politicamente junto com o Estado e isso eu vejo como vantagem. Talvez perdemos um pouco em experiência, mas a vontade pode superar essa deficiência. Política não é lugar de comodismo. Nós temos casos aqui e em todo o Brasil onde há políticos com dez mandatos de deputado estadual e nunca alçaram voos maiores a quaisquer outros cargos. É preciso oxigenar porque esses políticos, a cada eleição, voltam, vamos dizer assim, à rotina. Os novatos têm a oportunidade de trazer ideias diferentes e isso, por si, já é benéfico à sociedade.

Autor / Fonte: Vinicius Canova / Rondoniadinamica



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